quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Análise sucinta da imprensa local de hoje






Abre-se com O Mirante. Por uma questão de equidade, mas igualmente por dois outros tópicos. Um deles está na última página, com título a três colunas "Ex-fiscal da Câmara de Tomar condenado a dois anos de prisão por esconder processo de obra". Segue-se a detalhada notícia, após cuja leitura se não consegue ficar a saber qual o nome do condenado. Simples precaução do jornal, quiçá já escaldado em casos anteriores? Ou lapso do jornalista?
O outro tópico a destacar no citado semanário é a sua saudável tendência para satirizar situações da zona. Desta vez, o vereador Luís Ferreira volta a ser o bombo da festa: "Vereador Luís Ferreira ofereceu-se para ser rei do Carnaval de Tomar", relata o Mirante cor-de-rosa, com uma fotomontagem do eleito socialista já coroado. E acrescenta ter-se Luís Ferreira oferecido para "rei mono", rematando assim: "Recorde-se que o autarca tem vasta experiência no campo da animação, nomeadamente nos vários carnavais políticos ocorridos ao longo do último mandato."
Logo ao lado, uma foto de quatro autarcas da zona. Um deles é Carlos Carrão, com um molho de nabiças na mão, sob o título "Anúncio do regresso aos mercados entusiasmou candidatos às eleições autárquicas".
Na página seguinte, na secção "Cavaleiro Andante", lá vem outra vez o vereador Luís Ferreira, agora devido às sucessivas picardias entre os dois eleitos socialistas, com o oportuno título "A saga continua"
Após esta curta resenha, o leitor ficará decerto a pensar que os eleitos tomarenses são considerados os palhaços do distrito. Quem sou eu para o desmentir? Os factos aí estão.

O Templário não esteve com precauções. Puxou o caso do fiscal camarário condenado para manchete e escarrapachou-lhe o nome com todas as letras: António Rafael, agora colocado na empresa pública Estradas de Portugal, que foi igualmente condenado a entregar dois mil euros nos Bombeiros de Tomar.
Tanto o semanário agora dirigido por Isabel Miliciano, como o Cidade de Tomar noticiam detalhadamente o recente temporal, embora omitam o arboricídio com data marcada, ocorrido na Cerrada dos Cães. Porquê?
Igualmente nos dois semanários, referência à recente sessão organizada pelo PS local, com a presença de Basílio Horta. Cidade de Tomar dedica-lhe até uma chamada de primeira página: "Anabela Freitas e Basílio Horta defendem a criação de um gabinete de apoio ao investimento", na Câmara de Tomar, claro está.
Na minha tosca opinião, trata-se de mais um ideia balofa, destinada a tentar ludibriar o eleitorado e completamente ultrapassada pelos acontecimentos. Digo isto porque, nos anos 80 do século passado, um vereador da AD decidiu criar um "Gabinete de Cultura", o qual começou a funcionar com três pessoas -um bibliotecário e duas secretárias. Trinta anos volvidos, a Câmara até já tem uma Dívisão de cultura, turismo e mais não sei quê, uma sala de espectáculos e não sei quantos funcionários nessas áreas. Os tomarenses estão mais cultos? Melhorou a qualidade de vida? Ou apenas duplicou o número de funcionários autárquicos?
Há candidatos que julgam estar ainda no período a.t. = antes da troika. Quando havia verbas para tudo. Como disse Cristo na cruz: "Perdoa-lhes pai, que eles não sabem o que fazem".

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